Neuralgia do Trigêmeo

O Trigêmeo é um nervo craniano. Os nervos da cabeça saem em pares e são classificados em números ordinais (primeiro, segundo, terceiro…).
O trigêmeo é o quinto par de nervos que sai da cabeça, e se subdivide em outros três: mandibular, maxilar e oftálmico. Responsáveis pela sensibilidade da região lateral e anterior de toda a face.
A neuralgia do trigêmeo é uma dor gerada pela disfunção do nervo, e pode afetar um ou mais locais inervados por ele, ou seja, toda região lateral e anterior da face.
Geralmente manifesta-se por crises de choque ou queimação em uma ou mais regiões. Sendo mais frequente em pessoas maiores de 60 anos.
A dor é geralmente intensa e aguda e pode se iniciar em um ponto específico (gatilho)
espontaneamente, ou por qualquer estimulação do local (mesmo que não dolorosa).
Existem três classificações: A) Neuralgia do trigêmeo clássica: pode ocorrer por disfunções da base do crânio B)Neuralgia do trigêmeo dolorosa: secundária a doenças como herpes, traumas da face, tumores, esclerose múltipla ou deformações do crânio. C)Neuralgia do trigêmeo familiar: condição genética rara. Atinge apenas 1% dos casos.
A neuralgia do trigêmeo clássica pode envolver uma compressão do nervo na sua saída da ponte (região do cérebro), por um vaso sanguíneo aberrante. No entanto, na maior parte dos casos, esta condição não tem etiologia conhecida, e pode ser tratada através de métodos e técnicas de fisioterapia, como osteopatia e terapia manual, alcançando bons resultados.
Alguns estudos mostram que processos alérgicos podem estar envolvidos na origem deste tipo de dor, devido elas facilitarem o acúmulo de substâncias inflamatórias próximas ao nervo.
Se o processo inflamatório do trigêmeo se mantém por longo período, ocorre aumento da sensibilidade dolorosa do próprio nervo, com tendência à cronificação da dor.
Pode ocorrer também sensibilização central, onde há dificuldade dos mecanismos naturais e cerebrais em controlar a dor. As áreas cerebrais que fazem este tipo de controle da dor também estão relacionadas com cognição e emoções. Portanto, o estresse e estado emocional do paciente podem influenciar na dor.
Dra Thaysa Greve
Fisioterapeuta
Crefito 120328
Referência: Neuralgia trigeminal: mecanismos centrais e periféricos. Costa, GMF; Leite, CMA. Revista Dor. São Paulo, 2015.